Quando me deram a notícia,
eu corria atrás de sonhos:
--- Você tem um vulcão aí dentro.
Nem susto nem surpresa,
talvez um pouco de pressa:
--- Quando vai despertar?
Pensava eu que tinha um útero
ou um coração,
mas não: essa fonte de tanta intensidade
era -- com beleza particular -- um vulcão.
Lava quente, espessa e úmida
entranhava por minhas veias,
por meu corpo
eclodia ganas e indignações
volúpia, chuviscos e ternura
aos poros, aos olhos, aos lábios:
demasiadas sensações.
Carregava, agora sim entendia,
um calor, uma erupção constantes
que um chamava de libido,
outro de bem-aventurança,
outro ainda de coragem.
Na fantasia, chuva de verão entre os trópicos falantes;
rárárá...
Era nada mais que esse vulcão, portanto,
entre as costelas e os intestinos,
entre meu silêncio e minhas verbalizações,
em algum lugar, entre meu tudo e meu nada.
Criadora, criatura, eu sou,
e de um vulcão.
Chama!
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