quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tenho um vulcão

Quando me deram a notícia,
eu corria atrás de sonhos:
--- Você tem um vulcão aí dentro.
Nem susto nem surpresa,
talvez um pouco de pressa:
--- Quando vai despertar?

Pensava eu que tinha um útero
ou um coração,
mas não: essa fonte de tanta intensidade
era -- com beleza particular -- um vulcão.
Lava quente, espessa e úmida
entranhava por minhas veias,
por meu corpo
eclodia ganas e indignações
volúpia, chuviscos e ternura
aos poros, aos olhos, aos lábios:
demasiadas sensações.

Carregava, agora sim entendia,
um calor, uma erupção constantes
que um chamava de libido,
outro de bem-aventurança,
outro ainda de coragem.
Na fantasia, chuva de verão entre os trópicos falantes;
rárárá...

Era nada mais que esse vulcão, portanto,
entre as costelas e os intestinos,
entre meu silêncio e minhas verbalizações,
em algum lugar, entre meu tudo e meu nada.
Criadora, criatura, eu sou,
e de um vulcão.

Chama!

CONCEPCIÓN




Al querido C., gracías por la inspiración



El desayuno, un diálogo
entre pan y mantequilla
más que una palabra,
un deseo,
quizás una ciudad hija de unos cuantos países,
la semilla pide para existir:
-- ¡ay, que casi vuelo!



La mirada.
Hubo sonrisa, hubo risa
Día antes, manos juntas,
un rápido y distraído cariño:
-- enserio o bromeas?
"Te bautizo humana, mariposa, gaviota..."


Desde el pecho lleno de quereres
El corazón ferviente de ideas
-- ¡un suspiro!
y cantos venidos desde el útero hambriento
y de la boca rellena de amores


¡ Ah, eres fruto de tu tierra y de tu gente!
Entre vales y montañas,
cuantos pasos, cuantas alas
entra un rayo de luz
-- sea flujo, sea abstracción --
y se da la magia:
la concepción.