segunda-feira, 28 de abril de 2008
* * * epifania do dia +++
Hoje me dei conta de que, por mero acaso ou pela mais suave das inconsciências, devo terminar a primeira parte de minha jornada pela paz justamente em... La Paz! Sensacional!
terça-feira, 15 de abril de 2008
Delírios e descobertas
O que são esses caminhos da alma?
Para onde nos conduzem os sussurros mais profundos de nossos corações?
No silêncio da jornada, o cantarolar de Deus faz eco e produz brisas e ventos e ondas que nos carregam para caminhos nunca antes desbravados.
Deus me trouxe aqui e vai me levar acolá. A jornada só tem fim quando eu chegar até o Divino.
Deus se fazendo aqui e agora em minha vida, reacendendo a fagulha divina que carrego e me ensinando, de novo, de novo, que ninguém carrega uma lâmpada para colocá-la embaixo da cama (ou do amontoado de roupa suja, ou da sola do sapato de salto alto, ou do mundaréu de reclamações e tralhas cotidianas, ou da perfumada loção pós-barba).
Para onde nos conduzem os sussurros mais profundos de nossos corações?
No silêncio da jornada, o cantarolar de Deus faz eco e produz brisas e ventos e ondas que nos carregam para caminhos nunca antes desbravados.
Deus me trouxe aqui e vai me levar acolá. A jornada só tem fim quando eu chegar até o Divino.
Deus se fazendo aqui e agora em minha vida, reacendendo a fagulha divina que carrego e me ensinando, de novo, de novo, que ninguém carrega uma lâmpada para colocá-la embaixo da cama (ou do amontoado de roupa suja, ou da sola do sapato de salto alto, ou do mundaréu de reclamações e tralhas cotidianas, ou da perfumada loção pós-barba).
Deus acendeu holofotes no meu caminho e me transformou em lamparina ambulante! Que lindo! Naquele já longínquo 25 de novembro, quando desembarquei na amada Istambul, vi os dervixes girarem e girarem expressando seu amor pelo Amor. O grande aprendizado da entrega verdadeira: na pequenez de nossa humanidade, desdenhamos do risco porque a (falsa) segurança dos caminhos tão esgarçados e tão conhecidos sempre parece mais confortável. Porém, se nos lançamos na grande piscina desse Amor, nos tornamos Um e nos tornamos canais para a expressão da Verdade. Aos poucos, depois de saudarem o Grandíssimo, representado por uma pele de carneiro, os dervixes começam sua dança. Rodopiam, abrindo aos poucos os braços, deixando para trás quaisquer laços, disponibilizando o coração para a experiência do Amor.
Amor!
Uma conexão profunda com a humanidade no hoje, no aqui e agora, no ontem e no amanha.
Papo demasiado cabeça? Não e não e não. Sussurros anímicos, isso sim. Muitos deles.
E cá estou eu, aqui em Selçuk (se pronuncia Seltchuk), sudoeste da Turquia, cidade pequena e charmosinha. Uma ilha urbana cercada por terras cultivadas por todos os lados. Inverno. As arvorezinhas de tangerina (mandalina) exibem-se charmosas por todas as partes, contrastando com os desnudos pessegueiros, encolhidos nessa época tão gelada. No horizonte, as altas e imponentes montanhas da Anatólia. Cenário bonito, agricultura combinando com a natureza rochosa.
Por perto, encontra-se a casinha onde se acredita que Maria viveu, depois de sua passagem por Éfeso, acompanhada por Sao João (depois que Jesus confiou um ao outro). No caminho para lá, Barış (le-se Barish), meu anfitrião, deu carona para uma jovem freira alemã. Ela nos contou que está há três semanas na Turquia, em Selçuk, e diariamente vai à casa de Maria -- transformada numa espécie de capela -- para rezar. Com um sorriso no rosto, olhos reluzentes de Amor, me disse: é o lugar mais lindo da Turquia!
E o que dizer de Éfeso? Nos primórdios uma cidade comercial dedicada à deusa Cibele, da fertilidade. Depois, com a chegada dos romanos, Éfeso tornou-se a capital da Ásia Menor e Cibele virou Diana (Artemis). Cerca de 250 mil pessoas chegaram a morar por lá -- entre elas, o apóstolo Paulo. Também por ali foi realizado o Terceiro Concilio, em 431.
Imaginem o que é caminhar pelas ruínas de Éfeso... O imponente teatro, a magnífica fachada da Biblioteca Celsius e suas estátuas bem conservadas, o caminho sagrado, as tumbas, os banheiros romanos... Senti uma atmosfera mágica lá. Uma sensação de que carregamos no hoje o ontem e o amanhã integrados. Mas é preciso deixar os poros abertos -- se está difícil pelo caminho da alma, sugiro a vocês uma sessão de banho turco, com esfoliação e tudo, hehehe! É um bom começo.
A imponente basílica de São João, cujas ruínas estão bem preservadas, também fez parte de Éfeso, mas foi acrescentada posteriormente. É um passeio a parte... Mágico tambem.
E hoje foi o dia de Pamukkale e suas travertines, formações naturais compostas de carbonato de cálcio. Uma paisagem de brancura brilhante, quase parecida com a neve que vi pela primeira vez no sábado passado, numa montanha nas proximidades de Istambul. As travertines foram muito exploradas pelo turismo no passado e podemos constatar seu "esgotamento" atualmente, mas continuam sendo impressionantes. Nas proximidades, as ruínas de Hierópolis, centro de cura do passado. Ao contrarıo de Éfeso, Hierópolis é menos exuberante por conta de um terremoto fulminante no passado. Muito foi posto abaixo -- o governo reconstruiu alguns monumentos com o material original. Como o teatro romano, por exemplo, belíssimo.
Caminhadas e passeios a parte, sigo em minha experiencia gastronomica, sensorial e emocional.
Cheguei a mim mesma -- e essa viagem nem terminou.
Chegar a si mesmo é algo fantástico e tão profundo que me sinto em constante queda livre desde então. Mas estou caindo no Amor, em realidade, estou flutuando no Amor.
A partir de agora, minha missão é partilhar, compartir, compartilhar, espalhar esse Amor.
E, quem sabe, no futuro, parir mundinhos.
07/12/07
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